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O Conselho de Ética da Câmara quer investigar a denúncia sobre a falsificação de assinatura de um deputado. Parlamentares que defendem o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio, dizem que a fraude foi uma tentativa de dificultar o avanço do processo de cassação dele.
A reunião começou com um de desabafo do presidente do Conselho de Ética, deputado José Carlos Araújo: “Tá ficando impossível funcionar o Conselho de Ética”.
O comentário foi por causa da suspeita de fraude na troca de um integrante do Conselho, na terça-feira passada (1), dia em que foi aprovada a continuidade da investigação contra Eduardo Cunha.
O deputado Vinicius Gurgel, do PR do Amapá, renunciou à vaga dizendo que estava doente. O jornal Folha de São Paulo comparou as assinaturas de Vinicius Gurgel. Peritos consultados pelo jornal afirmam que a assinatura que consta no documento de renúncia é uma falsificação grosseira.
Essa suspeita foi o principal assunto no Conselho de Ética. “O que nós temos que verificar aqui é a infração. Um ato criminal”, disse o deputado Julio Delgado, do PSB. O relator do processo contra Cunha, deputado Marcos Rogério, também mostrou indignação: “Isso é caso para a polícia investigar”.
O deputado Carlos Marun, aliado de Cunha, defendeu Gurgel: “Eu acredito na palavra do deputado Viniciu Gurgel”.
Vinicius Gurgel reassumiu a vaga no Conselho de Ética no dia seguinte à renúncia. A troca, segundo deputados que defendem o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, foi para impedir que o suplente de Gurgel, um deputado do PT, assumisse o lugar dele. Quem entrou no lugar de Gurgel foi o líder do PR, Mauricio Quintella, que votou pelo arquivamento da denúncia, mas a manobra não deu certo. A votação acabou empatada e o processo contra Cunha só teve prosseguimento graças ao voto de minerava do presidente do Conselho de Ética.
O vice-presidente do Conselho, deputado Sandro Alex, do PPS, disse que uma sindicância interna vai ser aberta para investigar a suspeita de fraude e que o conselho vai pedir a instauração de um inquérito no Ministério Público. O Psol anunciou que vai investigar se houve quebra de decoro.
Nesta quarta-feira (9), Gurgel ouviu muitas críticas e se justificou: “Esse documento, então, não vou dizer se eu estava sob efeito de álcool misturado com remédio controlado e acabei não assinando da maneira que eu costumo assinar. A palavra é minha”.
O presidente do Conselho de Ética disse que a abertura de uma investigação sobre a suspeita de fraude depende do presidente da Câmara ou de algum partido político que apresente esse pedido.
