Vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal Sandro Alex (PSD) considera gravíssima a situação do então presidente do Congresso, Waldir Maranhão (PP). Waldir anulou a votação que deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) mas voltou atrás horas depois. Agora Maranhão é alvo de representações protocoladas pelo PSD e DEM no Conselho de Ética.
De acordo com Sandro, o pedido de cassação do mandato realizado pelos partidos tem fundamento. “A atitude que ele tomou quebra o decoro parlamentar e os partidos argumentara que ele tentou fraudar uma votação feita no plenário”, explicou Sandro. O deputado lembrou que a decisão de Maranhão foi monocrática, sem a opinião ou colaboração de outras pessoas. “Ele[Waldir] tomou essa decisão em sala fechada e com a presença de membros do Governo”, disse Sandro.
Maranhão disse à Mesa Diretora que não irá renunciar o mandato e nem a presidência da casa. Na visão de Sandro Alex, mesmo que Maranhão tente negociar uma “renuncia honrosa”, o processo contra o então presidente da Câmara continuará tramitando no Conselho. “Conversei com representantes dos partidos que protocolaram a representação e eles não pretendem retirar o pedido”, disse Sandro.
O deputado federal Aliel Machado (Rede) também diz não concordar com a anulação do impeachment determinada (e logo em seguida anulada) por Maranhão.
“Esse tipo de decisão deveria ter sido submetida à Comissão de Justiça da Câmara ou encaminhada diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF)”, ponderou Aliel. Mas o deputado lembrou que o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) cria uma situação sem precedentes na Câmara. “A cassação do Maranhão vai ser pressionada para tirar o foco das investigações sobre o Cunha que também tramitam no Conselho”, disse.
