O deputado federal Sandro Alex (PSD), vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, ironizou os argumentos de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa. Quando questionado sobre a existência de contas no exterior, algo que ele havia negado durante a CPI da Petrobras, Cunha voltou a ressaltar que não possui contas no exterior e que não manobra para que o processo se estenda. O deputado tentou justificar a existência de um ‘trust’ no exterior.
Em sua fala, o deputado Sandro Alex (PSD-PR), vice-presidente do Conselho, chamou sarcasticamente o trust de “bênção”. Ao explicar a existência de contas no seu nome no exterior, Cunha apelou para a figura do “trust”, uma espécie de contrato no qual o dono do recurso transfere para uma outra terceira pessoa que administrará os valores.
“Não escondi de ninguém a existência do ‘trust’. Considerar isso como uma conta bancária como qualquer conta bancária é uma comparação absurda que não tem a comprovação de que aconteceu desta maneira”, disse Cunha durante o depoimento na manhã desta quinta-feira (19).
Durante o pronunciamento, Sandro Alex ironizou a figura do ‘trust’ citada por Cunha. “O trust, e nós estamos nos tornando pós-graduados em trust, o trust não tem dono. O trust não é conta, o trust não é investimento, o trust não é patrimônio. O trust é uma bênção. É uma expectativa divina. Esse dinheiro nasce. Pena que não para todos os brasileiros”, afirmou. Cunha rebateu as colocações de Sandro dizendo que “não há uma bênção do trust. Não existe benção. Eu estou habituado e sempre, como cristão que sou, estamos dependentes da benção e graça de Deus”.
Suíça
Entre as acusações que pesam contra Cunha está uma denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) que afirma que o presidente afastado recebeu propina de R$ 5,2 milhões por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras. Além disso, o próprio Ministério Público da Suíça informou que pode devolver ao Brasil o dinheiro que pertence a Cunha e que está bloqueado desde 2015, mas para isso ele precisa ser condenado no Brasil.
Fonte: Jornal da Manhã