Deputado federal é vice-presidente do Conselho de Ética e votará sim pela cassação de Eduardo Cunha

O deputado federal Sandro Alex (PSD), vice-presidente do Conselho de Ética da Câmara, vê com apreensão a votação que decidirá o destino do presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Sandro classifica como uma “incógnita” o resultado da votação marcada amanhã para às 14h. O pontagrossense lembrou que durante a investigação, o Conselho de Ética foi alvo de várias manobras por parte de Cunha e aliados.

Sandro diz que as 14 mudanças de membros do Conselho trazem uma incerteza a votação. “Alguns deputados foram substituídos com o intuito de votar pelo Eduardo Cunha, para salvar o mandato dele”, explicou Sandro. O processo de cassação de Cunha foi o mais longo da história da Câmara e durou mais de oito meses. Atualmente o pemedebista está afastado do cargo por decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na opinião, a divulgação do pedido de prisão contra Cunha, feito pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, deve pressionar os deputados, mas não influenciar nos votos que já estão fechados. “Mesmo com a vasta documentação do Ministério Público da Suíça e do Banco Central, comprovando que Cunha tinha dinheiro e contas no exterior, alguns parlamentares não se convencem”, criticou Sandro Alex.

Sandro ressaltou que o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM) foi “robusto” e reforçou a tese de que Cunha deve ter o mandato cassado. Durante a discussão no Conselho, Sandro Alex argumentou que a cassação do mandato é a menor pena, já que a maior seria a prisão de Cunha. “Como não podemos decidir sobre a prisão do presidente afastado, devemos cassar o mandato dele que é o mínimo a ser feito”, disparou Sandro.

Deputado ressalta trabalho do Conselho

Mesmo com o processo de Cunha sendo o mais longo da história no Conselho de Ética, Sandro ressaltou o trabalho dos deputados. De acordo com o pontagrossense, o parecer do relator é um documento extremamente bem elaborado e foi “destruidor e decisivo”. “Além das substituições, foram inúmeros recursos e manobras para impedir a votação e até mesmo a investigação que nós fizemos”, criticou Sandro Alex.