Por força de um requerimento do deputado Sandro Alex (PPS-PR), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp esteve numa audiência pública da comissão homônima, na qual foi discutido o que o parlamentar chamou de “apagão de mão-de-obra”. O deputado paranaense explica que a expressão refere-se ao déficit anual de 20 mil de engenheiros que o Brasil, segundo o Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) ostenta.
Sandro Alex salientou que, com essa performance, o país é uma exceção entre os BRICS. “A diferença é muito grande. A China, por exemplo, forma porporcionalmente por ano 10 vezes mais engenheiros que o Brasil; A Índia, forma proporcionalmente cinco vezes mais; já na Rússia o número de formandos é o dobro do nosso”. O deputado questionou o ministro se o governo tem políticas públicas para reverter esse quadro.
Na audiência, Sandro Alex cobrou do ministro medidas para que os 158 mil engenheiros formados que não estão atuando na área façam mestrado visando à atualização profissional para que sejam aproveitados.
O governo federal tem um programa chamado “Ciência sem Fronteira” que poderia servir para amenizar o problema, mas ele apresenta deficiências, como pequeno volume de bolsas e baixo valor delas (R$ 1.200 para mestrado e R$ 1.800 para doutorado, ambas com dedicação integral). Sandro Alex diz que nenhum profissional gabaritado aceita remuneração tão ínfima.
Após a crítica do deputado, o ministro se comprometeu a dar pelo menos 10% de reajuste nos valores. Outro fator que piorou a situação foi que muitos alunos tiveram atraso no pagamento. “Esses problemas precisam ser solucionados até para que se alcance o objetivo do programa, que é bom”, sugeriu.